terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pesquisa mostra que Brasil tem pouco a festejar no Dia do Professor


País é um dos que menos respeita seus mestres, de acordo com um estudo da Fundação Varkey Gems. Trabalho analisou salário e status da profissão em 21 países.
 
Uma pesquisa recém-divulgada mostra que o Brasil não tem muitos motivos para festejar o Dia Mundial do Professor, celebrado em mais de cem nações neste sábado. O país é um dos que menos respeita os seus professores, de acordo com estudo inédito da Fundação Varkey Gems, sediada nos Emirados Árabes.

A entidade internacional analisou a forma como o docente é valorizado em 21 países, escolhidos segundo critérios de representação regional e de desempenho no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). No chamado ranking de status do professor, o Brasil está em penúltimo lugar, à frente apenas de Israel. Do outro lado da lista, China, Grécia e Turquia, respectivamente, são os países que mais respeitam os seus docentes.

Para comparar o status do professor na percepção popular de cada país, a pesquisa levou em conta dados abstratos como o prestígio do magistério em relação a outras carreiras como agente social e médico, e dados concretos como salário médio da categoria nos diferentes países. Pessoas que participaram do estudo também tiveram de responder se elas consideravam que os soldos ganhos pelos docentes deveriam ser atrelados ao desempenho dos alunos.

Pelo resultado, Brasil, França e Turquia consideram que o magistério se assemelharia à profissão de bibliotecário, ao passo que, no Japão, professores são comparados a funcionários públicos. Já na China, o docente chega a ser visto como um médico.

A pesquisa também descobriu que, nos países que mais respeitam o professor, muitos pais encorajam os filhos a seguir essa carreira. Não é o que acontece no Brasil. Enquanto brasileiros, israelenses e portugueses figuram como os que menos incentivam a docência em casa, na China, Coreia do Sul e Egito, as crianças são estimuladas a se tornar professores.

Já na questão salarial, dos 21 países pesquisados, o salário médio do docente brasileiro só é maior do que no Egito e na China. Em média, 59% de todos os pesquisados nessas localidades acreditam que o rendimento do professor deve ser atrelado ao desempenho do aluno. Mas esse percentual se eleva no Brasil, onde 88% acreditam na remuneração variável. Ainda sobre os salários, no Brasil, Reino Unido e Nova Zelândia, a população acredita que professores ganham 20% a mais do que o real soldo para o início de carreira.

Para a diretora-executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz, o resultado da Fundação Varkey Gems não surpreende. Segundo ela, o Brasil é um país onde o professor ganha cerca de 40% a menos do que outros profissionais com ensino superior. Mas não é só na questão salarial que o país decepciona:

- Nós não somos um país que valoriza o conhecimento, mas, sim, apenas o título. O aluno quer terminar o ensino médio ou o superior para ter o diploma, mas não tem a preocupação em saber se ele realmente aprendeu - opina Priscila.


(Leonardo Vieira/O Globo)
http://oglobo.globo.com/educacao/pesquisa-mostra-que-brasil-tem-pouco-festejar-no-dia-do-professor-10259494#ixzz2h2mKamZv

segunda-feira, 22 de julho de 2013

15 sites para baixar livros gratuitamente


ereaders 
Para ampliar a sua experiência de leitura, o Catraca Livre fez uma lista com 15 sites nacionais e internacionais em que é possível baixar livros e ler online de maneira legal, sem complicações e, o melhor, de graça.
Ler para aprender, ler para expandir a mente, ler para estimular a memória. Não importa o porquê você dedica tempo para essa atividade, o que vale é aproveitar todos os seus benefícios, seja no papel ou nos modernos leitores digitais.
Confira as opções de leitura gratuita.
1. Universia – Reúne mais de 1.000 arquivos, incluindo biografias de cineastas, textos científicos sobre comunicação e clássicos da literatura universal.
2. Open Library – Projeto que pretende catalogar todos os livros publicados no mundo, já tem 1 milhão de títulos disponíveis para download. Podem ser encontrados livros em cerca idiomas.
3. Brasiliana – O site da Universidade de São Paulo (USP) disponibiliza cerca de 3000 mil livros para download de forma legal. Há livros raros e documentos históricos, manuscritos e imagens.
3. Blog Midia8 – Página reúne mais de 200 links de livros sobre comunicação em português, inglês e espanhol para ler online e fazer download.
4. Casa de José de Alencar – A Biblioteca Virtual do site do pai do romance brasileiro disponibiliza para download gratuito 14 de suas obras, incluindo romances e peças de teatro.
5. Read Print – Essa espécie de livraria virtual oferece mais de 8 mil títulos em inglês para estudantes, professores e entusiastas de clássicos.
6. Biblioteca Digital de Obras Raras – O site idealizado pela Universidade de São Paulo (USP) é direcionado a pesquisadores. Oferece mais de 30 obras completas em diferentes idiomas.
7. Portal Domínio Público – Biblioteca virtual criada para divulgar clássicos da literatura mundial, oferece download gratuito de mais de 350 obras. É possível baixar 21 livros de Fernando Pessoa.
8. Saraiva – A rede de livrarias disponibilizou recentemente 148 livros para download em PDF gratuito. O leitor precisa apenas fazer um cadastro e baixar o aplicativo de leitura para ter acesso às obras.
9. Biblioteca Nacional de Portugal – Entre os destaques do portal está um site dedicado ao escritor José Saramago. Nele estão disponíveis manuscritos do autor.
10. Machado de Assis – Criado pelo MEC, o site disponibiliza a obra completa do escritor – em pdf ou html – para leitura online. Estão lá crônicas, romances, contos, poesias, peças de teatro, críticas e traduções.
11. Biblioteca Mundial Digital – Oferece milhares de documentos históricos de diferentes partes do mundo. Multilingue, o material está disponível para leitura online.
12. Dear Reader – Esse é um clube virtual que envia por e-mail trechos de livros. Após o cadastro, o usuário passa a receber diariamente um trecho, cerca de dois a três capítulos de livros.
13. eBooks Brasil – Oferece livros eletrônicos gratuitamente em diversos formatos.
14. Projeto Gutenberg – Tem mais de 100 mil livros digitais que podem ser baixados e lidos em diferentes plataformas eletrônicas.
15. Unesp Aberta – Criado pela reitoria da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita”, o site disponibiliza material pedagógico gratuitamente. Desenvolvidos para os cursos da universidade, o material está aberto s para consulta em diversos formatos.

Texto: Catraca Livre

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Cultura do imediatismo

Pensador americano abre polêmica com o conceito de que a cultura do imediatismo apaga o passado, bloqueia o futuro e afeta as nossas escolhas políticas, sociais e ambientais

O tempo já não avança mais. Só o agora interessa. Com a disseminação da tecnologia digital, nos tornamos escravos do presente. Constantemente interrompidos por smartphones, emails e atualizações em redes sociais, perdemos nossa capacidade de planejar e fazer concessões em nome de um benefício posterior. Desorientados, incapazes de dar sentido histórico ao que acontece à nossa volta, vivemos suspensos na urgência do momento, obrigados a dar conta de tudo ao mesmo tempo.

Os políticos colocam o consenso à frente dos grandes objetivos; e, em vez de acumular capital, o mercado prefere realizar transações satisfatórias apenas para aquele momento. Da mesma forma, a biodiversidade é devastada para manter nosso modo de produção funcionando a pleno vapor. Todos os problemas do planeta são urgentes - crises econômicas, políticas, sociais e ecológicas - e ninguém mais sabe qual deles deve-se resolver primeiro.

Se você reconheceu alguns dos sintomas descritos acima, não se surpreenda. Afinal, não se trata de uma trama distópica de ficção científica, mas de um diagnóstico sobre o mundo contemporâneo. Quem o faz é Douglas Rushkoff, professor de estudos de mídia na The New School University de Manhattan, colunista de cybercultura do "New York Times" e escritor traduzido para mais de 30 línguas. Em seu último livro, o polêmico "Present shock: When everything happens now" ("Choque do presente: quando tudo acontece agora", em tradução livre), que acaba de ser lançado nos EUA, ele afirma que as mídias digitais aboliram a ideia de amanhã. O tempo deixou de ser um conceito linear para dar lugar a uma espécie de "instante prolongado". A nova estrutura mudou nossa forma de pensar política, economia, ecologia e relacionamentos afetivos. Diz respeito tanto a maneira como acompanhamos as narrativas televisivas quanto a que escolhemos os governantes e nos relacionamos com o meio ambiente.

O título do livro é uma referência a "Future shock", obra emblemática do sociólogo e futurólogo Alvin Toffler. Publicada em 1970, com mais de 6 milhões de exemplares vendidos até hoje, defendia a ideia de que o ritmo acelerado da mudança tecnológica e social sobrecarregava as pessoas. A sociedade se transformava depressa demais, e poucos conseguiam acompanhá-la. Para Rushkoff, contudo, esse período encerrou seu ciclo. Desde a virada do século XXI - e principalmente depois dos eventos de 11 de setembro - saímos da era do "futurismo" para o que ele chama de "presentismo". O futuro já chegou, e o mal-estar agora não vem mais da necessidade de construir o mundo, mas de sustentá-lo.

- O presentismo é a principal característica dessa era digital - avalia Rushkoff, de Nova York, em entrevista por telefone ao GLOBO. - A sensação não é mais a de que estamos flutuando através do tempo, e sim congelados em um instante. Não é algo ruim em si, mas muitas pessoas não conseguem lidar com isso. Ficam desorientadas, entrando nesse estado que chamo de "choque de presente". São incapazes de se envolver apenas com o momento. Pior: estão sobrecarregadas por ele. Precisam fazer o máximo num mínimo de tempo. É só ver quem trabalha no mercado de ações. Muitos acabam comprando derivativos em vez de investir em algo que poderá render mais dinheiro no futuro.

Caos mental
As observações não significam que Rushkoff seja um inimigo das novas tecnologias, longe disso. Ele apenas acredita que existe uma má aplicação delas. A beleza do digital, segundo o autor, era nos permitir poupar tempo e escolher uma atividade de cada vez, de acordo com a nossa disponibilidade. Seu uso atual, contudo, provocou o resultado contrário: uma necessidade de fazer tudo e estar em todos os lugares, sem estabelecer prioridades. Distraídos por interrupções constantes, não sabemos mais no que devemos nos concentrar. Começa na nossa rotina de trabalho individual e continua nas decisões coletivas dos escritórios, das instituições e dos partidos políticos.

- Perdemos o direito de esperar - lamenta Rushkoff. - Computadores executam processamento paralelo (processamento da informação com ênfase na exploração de eventos simultâneos na execução de um software), mas não os seres humanos. Conseguimos ficar com mais de uma janela do navegador aberta, mas não podemos estar em duas janelas mesmo tempo. O problema é que as pessoas do outro lado do computador não respeitam isso. Mandam email esperando que você o responda no mesmo minuto em que o recebe, mesmo que não esteja em frente ao computador. O digital não funciona como o analógico. Quando toca o telefone, por exemplo, é preciso atravessar o seu apartamento para atender. Mas o email continua lá, até que você o abra. E a pessoa que o mandou não consegue esperar. Assim, fica a sensação de que temos que estar disponíveis 24 horas por dia. Só que isso não é possível. As empresas não podem querer que fiquemos conectados o tempo todo.

Rushkoff cria novos termos para definir os principais efeitos deste choque de presente. "Overwinding" é a tentativa de condensar prazos enormes em outros muito menores - como experimentar a mesma catarse emocional de uma elaborada peça de cinco atos em um flash aleatório de um reality show, ou a expectativa de ganhar o equivalente a um ano de lucro em uma única Black Friday. Sem falar das donas de casa que esperam parecer 20 anos mais jovens com uma aplicação de botox, mas acabam limitando o rosto a uma única expressão facial.

Já "digifrenia" é o caos mental provocado pela necessidade de "estar" em mais de um lugar ao mesmo tempo. Ele cita o exemplo dos pilotos de drones. Controlando aviões a distância por meios eletrônicos, bombardeiam países longínquos sem sair da sua cidade. Vivendo simultaneamente em dois mundos (o conforto de casa e o campo de batalha), acabam sofrendo ainda mais estresse do que os pilotos de combate que arriscam suas vidas na esfera real. O mesmo pode acontecer com um cidadão comum que já não consegue distinguir sua identidade real daquela que criou para as redes sociais. Enquanto estamos desconectados, nossos avatares continuam existindo e atuando fora do nosso controle - quando as redes sociais os usam para propagandear produtos, ou quando somos marcados em alguma foto no Facebook.

Rushkoff, porém, não pretende fazer alarmismo. Ele admite que, embora não se possa escapar do presentismo, nem todos são infelizes com o fenômeno.

- Certas pessoas têm uma capacidade genuína de viver no presente, e isso é bom. Envolvem-se com o instante, de forma mais desvinculada. É o caso do movimento Occupy, nos EUA, e em certa medida os protestos aí no Brasil. Os brasileiros cansaram de se sacrificar para o futuro. Perceberam que o país está ficando mais rico e querem sua parte dessa riqueza. Mas querem que seja agora.

(Bolívar Torres / O Globo)
http://oglobo.globo.com/amanha/tudo-ao-mesmo-tempo-agora-um-fenomeno-da-era-digital-8969361#ixzz2YePd8tLG

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Desafios do livro digital no Brasil

Mais de 1,4 milhão de livros eletrônicos foram vendidos no País entre junho e novembro do ano passado


A Frente Parlamentar Mista do Livro e Leitura e a Frente Parlamentar em Defesa das Bibliotecas Públicas realizam, nesta quarta-feira (8), seminário para discutir os desafios do livro digital no Brasil. De acordo com relatório divulgado pelo Ibope, mais de 1,4 milhão de livros eletrônicos foram vendidos no País entre junho e novembro do ano passado. Dados do setor mostram ainda um crescimento de 110% em dezembro de 2012 na comparação com igual mês do ano anterior.

Para incentivar esse tipo de leitura, projeto de lei (PL 4534/12) equipara livros e aparelhos de leitura digitais aos livros de papel, inclusive quanto à isenção de impostos e tarifas alfandegárias. O benefício fiscal é previsto na Constituição Federal para livros, jornais, periódicos e para o papel destinado à sua impressão.

A relatora da proposta na Comissão de Cultura e presidenta da Frente Parlamentar Mista do Livro e Leitura, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), espera que o seminário traga contribuições para o seu parecer a esse projeto. "Nós vamos ter a oportunidade de ouvir os representantes da cadeia produtiva do livro. Ou seja, os representantes das editoras, bem como ouvir o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura", afirmou.

A Frente Parlamentar em Defesa das Bibliotecas Pública é presidida pelo deputado José Stédile (PSB-RS).

Foram convidados:
- o secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura do Ministério da Cultura, José Castilho Marques Neto;
- a presidente da Câmara Brasileira do Livro, Karine Pansa;
- o coordenador do programa Prazer em Ler do Instituto C&A,Volnei Canônica;
- a diretora da Divisão de Conteúdo Digital do MEC, Monica Franco;
- a coordenadora-geral dos Programas do Livro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Sonia Schwartz;
- o presidente da Livraria Cultura, Sergio Herz;
- o CEO da Amazon Brasil, Alex Szapiro;
- o diretor de conteúdo da Amazon na América Latina, Pedro Huerta;
- o diretor-presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), Sérgio Quadros;
- a presidente da Editora IMEPH, Lucinda Maria Marques de Azevedo;
- e os escritores Eduardo Loureiro Jr. e Iris Borges.

O seminário será realizado no auditório Freitas Nobre, a partir das 14 horas.

Após o evento, as Frentes irão realizar um Café Literário, no cafezinho do Salão Verde da Casa, às 17 horas, com a presença de escritores e artistas, onde será relançado o livro "Eu amo Livros", da escritora Iris Borges.

(Agência Câmara)
Fonte: Jornal da Ciência

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Os profissionais brasileiros têm um dos piores níveis de inglês do mundo


Estudo da Global English mediu a habilidade com o idioma de mais de 200 mil funcionários de empresas nacionais e multinacionais ao redor do mundo.
Os profissionais brasileiros têm um dos piores níveis de inglês do mundo, segundo um estudo da Global English que mediu a habilidade com o idioma de mais de 200 mil funcionários de empresas nacionais e multinacionais ao redor do mundo que não têm o inglês como língua materna. O estudo foi divulgado nesta terça-feira, 23/04, no jornal Valor.

Dentre os 78 países analisados pela empresa de cursos de inglês corporativo, o Brasil ficou na 70ª posição. De 1 a 10, o país ficou com a nota 3,27, o que representa uma leve melhora em relação ao ano passado, quando registrou 2,95. A média deixa o Brasil entre os índices "iniciante" e "básico" - abaixo, inclusive, da América Latina, que ficou com a média de 3,38.

O Brasil fica bem atrás de outros emergentes como a China e de vizinhos como o Uruguai, ambos com nota 5,03, além de ficar longe de outros países lusófonos, como Portugal, com nota 5,47, e Angola, com 4,40. "Estamos muito aquém. Isso pode afetar incrivelmente a capacidade do Brasil de continuar atraindo investimentos de fora", diz o diretor da GlobalEnglish no Brasil, José Ricardo Noronha.

Outro problema está na capacidade de expansão de empresas brasileiras que crescem globalmente. "A gente enxerga que a falta de inglês impacta diretamente na produtividade e no aproveitamento dos talentos. Uma empresa que não fala a língua mundial dos negócios tem o seu potencial muito mais limitado", diz. O ranking é liderado pelas Filipinas, com nota 7,95. A média mais baixa é a de Honduras, 2,92.

Em todo o mundo, apenas 7% dos profissionais apresentam fluência no idioma, porcentagem similar à registrada no Brasil. Mesmo assim, eles sabem a importância de apostar na língua - 91% consideram a proficiência no inglês necessária para avançar na carreira e 94% consideram o "business English" fundamental para conseguir uma promoção.

No Brasil, Noronha percebe mais profissionais e empresas preocupadas com a situação, mas acha que a execução ainda é falha - os profissionais ainda são muito reativos, esperando que a iniciativa parta da empresa, e as companhias acabam treinando poucos talentos, por causa do alto custo. "A falta de inglês ainda é um problema sistêmico, e precisa ser tratada de forma mais estratégica por todos", completa.

(Convergência Digital)

Fonte: Jornal da Ciência

terça-feira, 16 de abril de 2013

Aulas de reforço em português oferecidas por universidades



Instituições como UFF e UniCarioca dão cursos para tentar resolver problema que, segundo especialistas, vem do ensino médio e da falta do hábito da leitura

Apesar figurar entre os 4% dos brasileiros que frequentam cursos de ensino superior, uma parte dos universitários do país ainda lidam com o idioma de Camões como se fosse uma língua estrangeira. Esta é a impressão de professores e outros profissionais que lidam diariamente com essas deficiências. O quadro é tal que instituições como UFF, PUC e UniCarioca oferecem aulas de português instrumental para tentar suprir a lacuna deixada pelo ensinos fundamental e médio. A partir deste ano, a UFRJ também terá aulas de apoio para alunos com problemas de escrita.

Conforme O GLOBO mostrou ontem, formandos que prestaram o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em 2012 cometeram erros graves de ortografia na prova dissertativa, como "egnorancia" e "precarea". A prova, que mede exatamente a qualidade do ensino superior no país, revelou ainda a falta de coesão e coerência e falhas de construção frasal em muitos dos estudantes.

Para tentar reverter esse quadro, a UFRJ, que já oferecia aulas de apoio em matemática, física e química, também vai passar a ministrar cursos de língua portuguesa, a partir deste ano. No Centro Universitário UniCarioca, aulas gratuitas de português acontecem aos sábados, voltadas para alunos, independentemente da graduação. Com foco em gramática e no novo acordo ortográfico, o curso "Letras&Números" é aberto também a convidados que desejam aprimorar o idioma nativo.

De acordo com a coordenadora pedagógica da Unicarioca, Márcia Aguiar, mesmo tomando parte do fim de semana dos estudantes, a procura tem sido muito maior que a oferta limitada de 100 vagas por semestre. Segundo ela, as maiores dificuldades trazidas pelos alunos são relacionadas à ortografia e à elaboração de frases mais complexas, com períodos compostos. E a explicação é simples:

- Se a pessoa não lê muito, ela certamente vai ter dificuldade em escrever. Por isso nós vemos essas palavras escritas de forma errada e frases sem sentido - comenta a coordenadora. - É um problema estrutural. Muitas pessoas vêm do ensino médio para a faculdade sem saber escrever direito.

O diagnóstico é ratificado pelo coordenador de seleção do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Erick Sperduti, que ainda chama atenção para a "falta de paciência" da geração atual com a leitura. No ano passado, Erick participou de um estudo com 7.219 jovens à procura de estágio tiveram que escrever 30 palavras simples ditadas pelos pesquisadores. O resultado foi alarmante: 28,8% deles erraram mais do que sete termos, o que já bastaria para serem reprovados em processos seletivos de grandes empresas. Surgiram vocábulos como "pro-penção" e "flequicivel".

- O problema começa com o próprio jovem que não desenvolve o hábito da leitura. Mesmo em multinacionais, a pessoa precisa escrever relatórios e se comunicar perfeitamente com seus superiores. Não basta falar inglês ou dominar informática. O Português é levado a sério no mundo corporativo - esclarece Erick.

Apesar da deficiência, a coordenadora do Departamento de Letras da UFF, Mariangela Rios, vê uma maior consciência da importância da língua nativa pelos jovens. Segundo ela, é cada vez maior dentro da UFF a obrigatoriedade de disciplinas de Português instrumental em graduações com Economia e Biblioteconomia. Mariangela entende ainda as falhas graves como um processo sociológico mais profundo.

- A dificuldade do aluno é mesmo no ingresso na universidade. Em cursos com grande relação de candidato/vaga como Medicina, os alunos vêm com bagagem muito maior que outros como a própria faculdade de Letras. Neste caso, os estudantes, muitas vezes, vêm de cursos e escolas com qualidade de ensino mais baixa - argumenta.

(Leonardo Vieira / O Globo)

Fonte: Jornal da Ciência

quinta-feira, 28 de março de 2013

Fundação Biblioteca Nacional tem nova presidência

Professor da UFF substitui Galeno Amorim, exonerado do cargo pela ministra da Cultura


Renato Lessa, cientista político e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi anunciado ontem pelo Ministério da Cultura como o próximo presidente da Fundação Biblioteca Nacional, substituindo Galeno Amorim, exonerado do cargo pela ministra Marta Suplicy.

"Aceitei o convite e fico muito honrado", disse Lessa em entrevista à Folha. "A responsabilidade é maior do que a honra com o convite."

Desde que assumiu a pasta, Marta criticou o modo como a fundação acumulou as políticas de livro e leitura - uma marca da gestão de Amorim -, em detrimento da manutenção de seu acervo, foco principal da instituição.

Em São Paulo, na inauguração da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin no último sábado, Marta reiterou o que chamou de "compromisso público" de "recuperar a Biblioteca Nacional e torná-la à altura de seu acervo".

"Galeno enfrentou uma máquina burocrática complexa, muito difícil e pesada. Ele certamente teve dificuldades", diz Lucília Garcez, que foi secretária-executiva do Plano Nacional do Livro e Leitura. "Mas acho o Renato Lessa uma ótima indicação."

Em nota, Amorim diz que deixa o posto com a "consciência de dever cumprido". Ele lembrou que, em sua gestão, o público anual da Biblioteca aumentou em 700 mil pessoas e citou avanços na digitalização do acervo, que passou de 1 milhão para 9 milhões de páginas no total.

Manolo Florentino, titular da Fundação Casa de Rui Barbosa, diz que Lessa tem "condições e capacidade" de sanar os problemas do órgão.

"Ele não é homem de ocupar cargos sem ter um projeto em mente", diz Florentino. "Além do prestígio intelectual, ele tem muito boa experiência em gestão."

(Lucas Nobile e Silas Martí / Folha de São Paulo)

quinta-feira, 7 de março de 2013

Dia do Bibliotecário é comemorado em João Pessoa com Caminhada da Biblioteconomia

Na próxima terça-feira, dia 12 de março, é comemorado o Dia do Bibliotecário. Para marcar a data e promover uma integração entre profissionais e acadêmicos da área, a Associação Profissional de Bibliotecários da Paraíba, o Conselho Regional de Biblioteconomia, o Departamento de Ciência da Informação, a Coordenação do Curso de Graduação em Biblioteconomia e o Centro Acadêmico de Biblioteconomia promovem neste sábado, dia 09/03 a Caminhada da Biblioteconomia. A concentração será às 16h em frente ao Busto de Tamandaré, divisa das praias de Tambaú e Cabo Branco.

 De acordo com a professora Jemima Marques de Oliveira, Presidente da Associação de Bibliotecários da Paraíba, a caminhada e alusiva às comemorações pelo Dia do Bibliotecário e tem como objetivo promover a integração entre profissionais e acadêmicos, mas, sobretudo, divulgar a profissão de bibliotecário. “Estamos seguindo os passos de outras Associações do Brasil que estão promovendo esta caminhada como, por exemplo, a Associação Catarinense de Bibliotecários que este ano já vai para a sua terceira edição da Caminhada da Biblioteconomia. Precisamos nos unir cada vez mais em prol da profissão do Bibliotecário, defendendo seu reconhecimento e seus espaços de atuação. É importante refletir e discutir sobre a realidade das bibliotecas e dos Bibliotecários. Nesse contexto, precisamos dar visibilidade à nossa profissão e discutir a situação das Bibliotecas no Estado da Paraíba”.
O Bibliotecário é o profissional qualificado para realizar processos de registro e transferência da informação. Este profissional se dedica ao tratamento da informação tornando-a acessível, independente do suporte informacional.
A Biblioteconomia na Paraíba tem sua origem na fundação do Curso de Graduação em Biblioteconomia na Universidade Federal da Paraíba em 1969. O curso é um dos mais antigos do Brasil formando, na modalidade Bacharelado, há 44 anos, profissionais capacitados para atuar na organização, disseminação e gestão da informação.
O Dia do Bibliotecário é comemorado desde 1958 no Brasil, no dia 12 de Março, em homenagem a Manuel Bastos Tigre, que nasceu nesse dia, em 1882. Bastos Tigre foi um homem multifacetado, tendo sido ao longo da sua vida engenheiro, jornalista, poeta, compositor, teatrólogo, humorista, publicitário, etc.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Oficina Representação da Informação através da semântica discursiva no campo da Ciência da Informação

A Oficina Representação da Informação através da semântica discursiva no campo da Ciência da Informação é um projeto de extensão no âmbito do Laboratório de Tecnologias Intelectuais – Lti do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraiba, coordenado pela Profa.Dra.Isa Maria Freire. O projeto recebe o apoio do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação e do Programa de Extensão da Universidade Federal da Paraíba.

Esta ação de extensão é fruto da experiência da Profa.Dra.Maria Elizabeth Baltar Carneiro de Albuquerque, do Departamento de Ciência da Informação – DCI e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação – PPGCI, que em sua tese de doutorado em Letras utilizou a semântica discursiva como metodologia para indexar folhetos de cordel. Esta metodologia garante que um mesmo sistema ou sistemas afins usem os mesmos conceitos para representar documentos semelhantes, bem como facilitará a comunicação entre o indexador, o usuário e o sistema com a utilização de um mesmo vocabulário.

A criação da Oficina foi motivada por:

1) Perceber a necessidade de capacitar bibliotecários, no campo da representação temática da informação.

2) Contribuir, mediante a aplicação metodológica da semântica discursiva, na indexação de suportes informacionais.

Os encontros são desenvolvidos mediante aulas expositivas e exercícios práticos, com vistas ao desenvolvimento, discussão e aproveitamento das oportunidades de aprendizagem.

São duas oficinas, com aulas presenciais, com duração de 16h/a, ocorrendo:

a) 07 e 08 de março, das 8h às 12h, das 14h às 18h, no Auditório Azul do CCSA/UFPB. 
b) Adiada - (Aguardem nova data) - UFRN

Públicos:

1) Bibliotecários do Sistema de Bibliotecas da UFPB – 30 vagas

2) Bibliotecários do Rio Grande do Norte – 40 vagas, sendo 10 para alunos do Curso de Biblioteconomia/UFRN.

domingo, 3 de março de 2013

Nomenclatura: Ciências da Informação ou Biblioteconomia?

Os estudantes do curso de ciências da informação da Universidade Federal de Rondônia (Unir), em Porto Velho, reivindicam a troca da nomenclatura do curso para biblioteconomia. Alguns universitários alegam que poderão perder as vagas garantidas em concursos públicos se a nomenclatura não for modificada. A Diretoria de Apoio às Políticas Acadêmicas da Unir afirma que já foi solicitado o pedido da troca, mas esperam a aprovação do Ministério da Educação (MEC).
Mais de 15 estudantes da Unir conseguiram passar em concursos públicos na área de biblioteconomia. Uma delas é a universitária Miriam Veiga que não sabe se conseguirá assumir o cargo. “Estamos prestes a entregar os nossos trabalhos de conclusão de curso e não temos a certeza se a Unir nos dará o diploma como bacharéis em biblioteconomia”, conta Veiga.

Além da troca da nomenclatura, os estudantes reclamam das condições oferecidas pela universidade. As aulas estão sendo ministradas em um prédio emprestado do curso de geografia onde também funciona o curso de arqueologia. “Já que estava tendo tantos problemas na universidade, não tem explicação para abertura de novas vagas”, ressalta a caloura Yasmin Lima.
Outra dificuldade enfrentada pelos universitários é a falta de professores que, segundo os alunos, apenas dois, que ministram as aulas, são formados na área. “A gente não tem um laboratório para complementar a nossa formação; a biblioteca fecha às 19h, sendo que este é o horário que começa nossas aulas, então fica impossível fazer aulas práticas na biblioteca”, reclama a estudante do curso Zane Santos.

A estudante do terceiro período Maria Auxiliadora se queixa das notas de sete disciplinas do curso que não constam no sistema da universidade. O departamento de curso não explica a situação, segundo a estudante e mais de 200 alunos estão sendo prejudicados.
A coordenadora de ingresso de docente da Unir, Marisa Albuquerque, explica que cada departamento dos cursos da universidade tem necessidades para ser atendidas. No caso do curso de ciência da informação, o departamento não mandou o requerimento da contratação de novos professores a tempo. “Foi designado quatro contratações para o departamento de ciência da informação dizendo qual é a necessidade deles, o que não foi feito”, explica Marisa.

Em relação a troca da nomenclatura, a diretora de apoio a políticas acadêmicas da Unir, Verônica Cordovil, informou que a alteração foi aceita pelo Conselho Superior Acadêmico em março de 2012 e que só falta a aprovação do MEC para fazer a mudança. 
Em nota, o chefe do Departamento de Ciências da Informação, Marcelo Batista de Oliveira, disse que há um processo de contratação de quatro professores em andamento desde setembro de 2012 e que sobre a falta das notas, procedimentos de regularização estão sendo tomados para sanar os possíveis casos de falta de notas ou disciplinas no sistema.