terça-feira, 14 de julho de 2020

Mini Reunião Anual Virtual da SBPC acontece de 17 de julho de 2020

Este importante evento anual promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência está acontecendo de forma online.
Já participei das edições presenciais e considero um evento fantástico!
Leia a matéria e participe do evento.
A programação da “Mini Reunião Anual Virtual da SBPC”, que começa neste domingo, 12 de julho, com uma conferência de Sergio Mascarenhas, um dos protagonistas do desenvolvimento científico no Brasil, conta com cientistas de renome, como o médico Dráuzio Varella, o cientista e professor da USP, Paulo Artaxo, e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. De segunda, 13 de julho, a sexta-feira, dia 17, a programação científica da Mini RA terá todos os dias um painel às 12h e uma conferência às 18h. As atividades serão transmitidas pelo canal do YouTube da SBPC e compartilhadas nas redes sociais da entidade (@SBPCnet). A programação pode ser acessada no site do evento, neste link.
A Mini Reunião Anual Virtual é uma versão online e reduzida de sua 72ª Reunião Anual, que aconteceria de 12 a 18 de julho, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal. Realizado ininterruptamente desde 1949, o maior evento científico da América Latina precisou ser adiado por conta da pandemia de coronavírus, ainda com nova data a definir. Mas, para marcar esse período tão emblemático para a ciência brasileira em que tradicionalmente aconteceria o encontro, a SBPC organiza, entre os dias 12 e 24 de julho, uma série de atividades virtuais, como conferências, painéis e minicursos digitais.
O evento trará discussões importantes sobre o momento social e político do País, como a pandemia do coronavírus e seus impactos na população e a crítica situação da CT&I no Brasil.
Destaques da programação
Na segunda-feira (13/7), ao meio dia, a bioquímica Selma Bezerra Jeronimo, da UFRN, abre e coordena o primeiro debate, cujo tema é a situação da pandemia de covid-19 no Brasil, tendo como expositores os médicos Paulo Hilário Nascimento Saldiva e Marcelo Amato, da Universidade de São Paulo (USP), a biocientista Daniela Barretto Barbosa Trivella, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e o infectologista Estevão Portela Nunes, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Às 18 horas, a pandemia, a saúde dos brasileiros e o SUS será o tema da conferência do médico Dráuzio Varella, apresentada pela biomédica Helena B. Nader.
No dia 14, o físico Paulo Artaxo, cientista brasileiro entre os mais citados no mundo, fará uma conferência sobre “As mudanças climáticas e o planeta”.
E na quarta-feira, sempre às 18h, o conferencista será o filósofo e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, com uma apresentação sobre “A educação nos novos tempos”.
Quinta-feira (16/7), especialistas debatem os problemas com o financiamento da ciência no Brasil hoje, com foco nos cortes orçamentários, o contingenciamento do FNDCT e a luta das representações institucionais da ciência e tecnologia junto ao parlamento. Às 18h, o cientista e deputado português, Alexandre Quintanilha, fala sobre ciência e parlamento.
Na sexta-feira, os panelistas e conferencistas convidados encerram a semana de programação científica debatendo os rumos da pandemia e o Brasil pós-covid-19. O painel das 12h será coordenado pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.
Como participar
O acesso à programação geral é livre e gratuito, não necessitando de inscrição. As atividades estarão disponíveis no site da SBPC e nas redes sociais (Facebook e Youtube). A programação completa das conferências e painéis que serão realizadas de 13 a 17 de julho está disponível neste link.
As atividades serão transmitidas no canal da SBPC no YouTube (SBPCnet).

As aulas gravadas dos WebMinicursos devem assistidas pelos participantes que se inscreveram no período de 08 a 19 de julho. A última aula será ao vivo e os matriculados devem consultar sua data e horário nas normas. Cada minicurso tem carga horária de oito horas, com direito a certificado de frequência para quem assistir a todas as aulas gravadas até o dia 19 de julho e à aula ao vivo. Consulte as normas aqui.
Mais informações no site do evento:
Jornal da Ciência

quarta-feira, 8 de julho de 2020

8 de Julho: Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador

No Dia Nacional da Ciência, 8 de Julho, trago para o Blog este artigo publicado no Jornal da Ciência.
Aproveito para expressar o meu orgulho de ser docente/pesquisadora de uma universidade pública e gratuita: a Universidade Federal da Paraíba.

Pesquisadores científicos e docentes do ensino superior constituem hoje no Brasil uma categoria diversificada quanto à origem social, formação cultural e visões de mundo. Convivem com diferenças quanto ao formato das instituições, pois podem pertencer a universidades públicas federais, estaduais e municipais e instituições privadas. O fator regional estabelece ainda um diferencial pela desigualdade de oportunidades e recursos disponíveis para ensino e pesquisa nos estados de um país de dimensões continentais.  E, como em todas as outras atividades, há componentes de diferenciação nas identidades de gênero e etnia, esta última muito relevante quando se considera a formação do Brasil.
Assim, ao comemorar o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, em 8 de julho, estamos falando de pesquisadores, cientistas, professores de ensino superior, que atuam no sistema nacional de ensino superior e nos institutos de pesquisas, caracterizado pela heterogeneidade, com um perfil mesmo que ainda em construção, importante. A diversidade é marca de desenvolvimento em tudo que nos cerca e imprescindível ao homem, em tudo que faz e constrói. Esse seguimento profissional vem conquistando admiração de seguimentos importantes da sociedade e com isso, nos últimos anos, o espaço conquistado vem crescendo, e mesmo que em alguns grupos ainda se denote certa timidez em afirmar a importância do trabalhador científico, nosso papel na sociedade brasileira vem conquistando mentes e corações. O que essas pessoas, apesar das diferenças, têm em comum? Quem são os pesquisadores científicos brasileiros? São, em sua grande maioria, sem dúvida, ligados ao Estado através das instituições a que pertencem. Optaram por carreiras que oferecem relativa segurança e têm seus salários estipulados em lei.  Atuam em uma atividade que precisa ser destacada, já que para a maioria da população somos funcionários públicos. Com isso, ser pesquisador parece ainda não ter a real visibilidade que merece pelo objeto e nobreza do trabalho, que é fazer pesquisa em todas as áreas do conhecimento, vital ao desenvolvimento de qualquer sociedade.
No momento em que o país atravessa um período de crise econômica sem precedentes, ao lado de uma crise sanitária jamais vista, com um governo professando visões claramente anticientíficas, o Dia do Pesquisador Científico propõe uma reflexão sobre a identidade desse grupo de profissionais. Pensar essa identidade e firmá-la com a importância devida parece ser a primeira necessidade da grande tarefa que se coloca hoje, principalmente para as novas gerações de pesquisadores. No quadro atual, alguns chegam a avaliar se foi boa a escolha que fizeram.
Essa reflexão não pode deixar de olhar a história, pois ela é a régua onde estão as referências, a perspectiva, e os termos de comparação para olharmos o momento atual. Em 2020, a principal entidade representativa dos pesquisadores científicos, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC, faz 72 anos. Comparada às centenárias instituições congêneres dos países europeus, é uma organização jovem. Mas com uma história fascinante de trabalho, ações e lutas em defesa da educação, ciência e tecnologia nacional é base de construção desta história, que é a história que edifica as nações ricas e soberanas.
Quando se olha o panorama atual da pesquisa científica no País, temos que celebrar. Mesmo com limitações ainda visíveis, temos um conjunto de profissionais de excelência que dialogam em termos de igualdade com o mundo global. Assim, é essencial valorizar o que foi construído com tanto trabalho e recursos ao longo dessas décadas. E este é um ponto importante da identidade desses profissionais. Todos são herdeiros, beneficiários e continuadores desse legado em constante construção. Entretanto, é difícil formular propostas inteligentes de avanços e soluções para a situação da enorme crise que vivemos. Talvez porque seja difícil formular essas propostas se elas não estiverem alinhadas a um projeto maior de democracia e compromisso com uma sociedade inclusiva para todos os brasileiros.
Pressuposto básico da atividade científica, é hora de exercitar a habilidade de fazer perguntas. Nada pode ser mais valioso no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico. Que seja um dia em que nossos sonhos e anseios sejam expressos em questões que nos aproximem cada dia mais de todos os brasileiros.
Fonte: Artigo de Vanderlan Bolzani, presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) e membro do Conselho da SBPC, para o Jornal da Ciência