segunda-feira, 22 de julho de 2013

15 sites para baixar livros gratuitamente


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Para ampliar a sua experiência de leitura, o Catraca Livre fez uma lista com 15 sites nacionais e internacionais em que é possível baixar livros e ler online de maneira legal, sem complicações e, o melhor, de graça.
Ler para aprender, ler para expandir a mente, ler para estimular a memória. Não importa o porquê você dedica tempo para essa atividade, o que vale é aproveitar todos os seus benefícios, seja no papel ou nos modernos leitores digitais.
Confira as opções de leitura gratuita.
1. Universia – Reúne mais de 1.000 arquivos, incluindo biografias de cineastas, textos científicos sobre comunicação e clássicos da literatura universal.
2. Open Library – Projeto que pretende catalogar todos os livros publicados no mundo, já tem 1 milhão de títulos disponíveis para download. Podem ser encontrados livros em cerca idiomas.
3. Brasiliana – O site da Universidade de São Paulo (USP) disponibiliza cerca de 3000 mil livros para download de forma legal. Há livros raros e documentos históricos, manuscritos e imagens.
3. Blog Midia8 – Página reúne mais de 200 links de livros sobre comunicação em português, inglês e espanhol para ler online e fazer download.
4. Casa de José de Alencar – A Biblioteca Virtual do site do pai do romance brasileiro disponibiliza para download gratuito 14 de suas obras, incluindo romances e peças de teatro.
5. Read Print – Essa espécie de livraria virtual oferece mais de 8 mil títulos em inglês para estudantes, professores e entusiastas de clássicos.
6. Biblioteca Digital de Obras Raras – O site idealizado pela Universidade de São Paulo (USP) é direcionado a pesquisadores. Oferece mais de 30 obras completas em diferentes idiomas.
7. Portal Domínio Público – Biblioteca virtual criada para divulgar clássicos da literatura mundial, oferece download gratuito de mais de 350 obras. É possível baixar 21 livros de Fernando Pessoa.
8. Saraiva – A rede de livrarias disponibilizou recentemente 148 livros para download em PDF gratuito. O leitor precisa apenas fazer um cadastro e baixar o aplicativo de leitura para ter acesso às obras.
9. Biblioteca Nacional de Portugal – Entre os destaques do portal está um site dedicado ao escritor José Saramago. Nele estão disponíveis manuscritos do autor.
10. Machado de Assis – Criado pelo MEC, o site disponibiliza a obra completa do escritor – em pdf ou html – para leitura online. Estão lá crônicas, romances, contos, poesias, peças de teatro, críticas e traduções.
11. Biblioteca Mundial Digital – Oferece milhares de documentos históricos de diferentes partes do mundo. Multilingue, o material está disponível para leitura online.
12. Dear Reader – Esse é um clube virtual que envia por e-mail trechos de livros. Após o cadastro, o usuário passa a receber diariamente um trecho, cerca de dois a três capítulos de livros.
13. eBooks Brasil – Oferece livros eletrônicos gratuitamente em diversos formatos.
14. Projeto Gutenberg – Tem mais de 100 mil livros digitais que podem ser baixados e lidos em diferentes plataformas eletrônicas.
15. Unesp Aberta – Criado pela reitoria da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita”, o site disponibiliza material pedagógico gratuitamente. Desenvolvidos para os cursos da universidade, o material está aberto s para consulta em diversos formatos.

Texto: Catraca Livre

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Cultura do imediatismo

Pensador americano abre polêmica com o conceito de que a cultura do imediatismo apaga o passado, bloqueia o futuro e afeta as nossas escolhas políticas, sociais e ambientais

O tempo já não avança mais. Só o agora interessa. Com a disseminação da tecnologia digital, nos tornamos escravos do presente. Constantemente interrompidos por smartphones, emails e atualizações em redes sociais, perdemos nossa capacidade de planejar e fazer concessões em nome de um benefício posterior. Desorientados, incapazes de dar sentido histórico ao que acontece à nossa volta, vivemos suspensos na urgência do momento, obrigados a dar conta de tudo ao mesmo tempo.

Os políticos colocam o consenso à frente dos grandes objetivos; e, em vez de acumular capital, o mercado prefere realizar transações satisfatórias apenas para aquele momento. Da mesma forma, a biodiversidade é devastada para manter nosso modo de produção funcionando a pleno vapor. Todos os problemas do planeta são urgentes - crises econômicas, políticas, sociais e ecológicas - e ninguém mais sabe qual deles deve-se resolver primeiro.

Se você reconheceu alguns dos sintomas descritos acima, não se surpreenda. Afinal, não se trata de uma trama distópica de ficção científica, mas de um diagnóstico sobre o mundo contemporâneo. Quem o faz é Douglas Rushkoff, professor de estudos de mídia na The New School University de Manhattan, colunista de cybercultura do "New York Times" e escritor traduzido para mais de 30 línguas. Em seu último livro, o polêmico "Present shock: When everything happens now" ("Choque do presente: quando tudo acontece agora", em tradução livre), que acaba de ser lançado nos EUA, ele afirma que as mídias digitais aboliram a ideia de amanhã. O tempo deixou de ser um conceito linear para dar lugar a uma espécie de "instante prolongado". A nova estrutura mudou nossa forma de pensar política, economia, ecologia e relacionamentos afetivos. Diz respeito tanto a maneira como acompanhamos as narrativas televisivas quanto a que escolhemos os governantes e nos relacionamos com o meio ambiente.

O título do livro é uma referência a "Future shock", obra emblemática do sociólogo e futurólogo Alvin Toffler. Publicada em 1970, com mais de 6 milhões de exemplares vendidos até hoje, defendia a ideia de que o ritmo acelerado da mudança tecnológica e social sobrecarregava as pessoas. A sociedade se transformava depressa demais, e poucos conseguiam acompanhá-la. Para Rushkoff, contudo, esse período encerrou seu ciclo. Desde a virada do século XXI - e principalmente depois dos eventos de 11 de setembro - saímos da era do "futurismo" para o que ele chama de "presentismo". O futuro já chegou, e o mal-estar agora não vem mais da necessidade de construir o mundo, mas de sustentá-lo.

- O presentismo é a principal característica dessa era digital - avalia Rushkoff, de Nova York, em entrevista por telefone ao GLOBO. - A sensação não é mais a de que estamos flutuando através do tempo, e sim congelados em um instante. Não é algo ruim em si, mas muitas pessoas não conseguem lidar com isso. Ficam desorientadas, entrando nesse estado que chamo de "choque de presente". São incapazes de se envolver apenas com o momento. Pior: estão sobrecarregadas por ele. Precisam fazer o máximo num mínimo de tempo. É só ver quem trabalha no mercado de ações. Muitos acabam comprando derivativos em vez de investir em algo que poderá render mais dinheiro no futuro.

Caos mental
As observações não significam que Rushkoff seja um inimigo das novas tecnologias, longe disso. Ele apenas acredita que existe uma má aplicação delas. A beleza do digital, segundo o autor, era nos permitir poupar tempo e escolher uma atividade de cada vez, de acordo com a nossa disponibilidade. Seu uso atual, contudo, provocou o resultado contrário: uma necessidade de fazer tudo e estar em todos os lugares, sem estabelecer prioridades. Distraídos por interrupções constantes, não sabemos mais no que devemos nos concentrar. Começa na nossa rotina de trabalho individual e continua nas decisões coletivas dos escritórios, das instituições e dos partidos políticos.

- Perdemos o direito de esperar - lamenta Rushkoff. - Computadores executam processamento paralelo (processamento da informação com ênfase na exploração de eventos simultâneos na execução de um software), mas não os seres humanos. Conseguimos ficar com mais de uma janela do navegador aberta, mas não podemos estar em duas janelas mesmo tempo. O problema é que as pessoas do outro lado do computador não respeitam isso. Mandam email esperando que você o responda no mesmo minuto em que o recebe, mesmo que não esteja em frente ao computador. O digital não funciona como o analógico. Quando toca o telefone, por exemplo, é preciso atravessar o seu apartamento para atender. Mas o email continua lá, até que você o abra. E a pessoa que o mandou não consegue esperar. Assim, fica a sensação de que temos que estar disponíveis 24 horas por dia. Só que isso não é possível. As empresas não podem querer que fiquemos conectados o tempo todo.

Rushkoff cria novos termos para definir os principais efeitos deste choque de presente. "Overwinding" é a tentativa de condensar prazos enormes em outros muito menores - como experimentar a mesma catarse emocional de uma elaborada peça de cinco atos em um flash aleatório de um reality show, ou a expectativa de ganhar o equivalente a um ano de lucro em uma única Black Friday. Sem falar das donas de casa que esperam parecer 20 anos mais jovens com uma aplicação de botox, mas acabam limitando o rosto a uma única expressão facial.

Já "digifrenia" é o caos mental provocado pela necessidade de "estar" em mais de um lugar ao mesmo tempo. Ele cita o exemplo dos pilotos de drones. Controlando aviões a distância por meios eletrônicos, bombardeiam países longínquos sem sair da sua cidade. Vivendo simultaneamente em dois mundos (o conforto de casa e o campo de batalha), acabam sofrendo ainda mais estresse do que os pilotos de combate que arriscam suas vidas na esfera real. O mesmo pode acontecer com um cidadão comum que já não consegue distinguir sua identidade real daquela que criou para as redes sociais. Enquanto estamos desconectados, nossos avatares continuam existindo e atuando fora do nosso controle - quando as redes sociais os usam para propagandear produtos, ou quando somos marcados em alguma foto no Facebook.

Rushkoff, porém, não pretende fazer alarmismo. Ele admite que, embora não se possa escapar do presentismo, nem todos são infelizes com o fenômeno.

- Certas pessoas têm uma capacidade genuína de viver no presente, e isso é bom. Envolvem-se com o instante, de forma mais desvinculada. É o caso do movimento Occupy, nos EUA, e em certa medida os protestos aí no Brasil. Os brasileiros cansaram de se sacrificar para o futuro. Perceberam que o país está ficando mais rico e querem sua parte dessa riqueza. Mas querem que seja agora.

(Bolívar Torres / O Globo)
http://oglobo.globo.com/amanha/tudo-ao-mesmo-tempo-agora-um-fenomeno-da-era-digital-8969361#ixzz2YePd8tLG