sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

II Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia (Reparq)

O Prof. José Maria Jardim divulgou que o Blog da II Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia está online:
http://reparq2011.blogspot.com/

Acesse e informe-se mais detalhadamente sobre o evento que vai acontecer no Rio de Janeiro, de 16 a 18 de novembro de 2011.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Perspectivas em Gestão & Conhecimento

A revista científica Perspectivas em Gestão & Conhecimento está recebendo submissões para o lançamento do seu primeiro número em 2011.

O periódico tem por objetivo publicar trabalhos originais e inéditos relacionados com as temáticas gestão e conhecimento sobre abordagens que priorizem diálogos interdisciplinares e representem contribuição para o desenvolvimento de novos conhecimentos ou para aplicação nos diversos setores e organizações da sociedade.

De iniciativa da Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a revista Perspectivas em Gestão & Conhecimento é empreendida por meio da cooperação entre docentes pesquisadores dos Departamentos de Administração e Ciência da Informação da UFPB. A publicação conta ainda com o apoio do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

O periódico utiliza o software Open Journal System (OJS), sendo disponibilizado à comunidade científica nacional e internacional por meio do Portal de Periódicos Científicos Eletrônicos da UFPB, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da universidade.

O site da revista é http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgc

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Galeno Amorim novo presidente da Biblioteca Nacional

JC 4184, de 24 de Janeiro de 2011.

Livros para todos

Novo presidente da Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, que também será responsável pela gestão de políticas de leitura, pretende estimular a produção de obras mais baratas e sonha com livrarias populares

Fazer do livro um artigo acessível a todos é a grande meta do jornalista e escritor Galeno Amorim. Confirmado na última sexta-feira como novo presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Amorim vai administrar a distribuição de obras para seis mil unidades públicas gerenciadas por prefeituras, além de traçar os rumos da oitava maior biblioteca do mundo em acervo.

Ex-secretário de Cultura de Ribeirão Preto e com passagens pelo governo Lula, inclusive na FBN, ele foi incumbido pela ministra Ana de Hollanda de preparar o terreno para a criação do Instituto Nacional de Livro e Leitura. Para isso, num primeiro momento ele vai acumular a gestão dos acervos das bibliotecas com as elaborações de políticas públicas para o setor.

Entre suas metas, Amorim pretende criar um mecanismo de incentivo para que as editoras apostem em livros populares, mais baratos, a fim de alcançar os consumidores das classes C, D e E.

Em entrevista ao Globo, ele expôs sua visão sobre direito autoral e acesso à leitura, e disse imaginar uma livraria popular nos moldes das farmácias populares.

- Quais serão as prioridades de sua gestão à frente da Biblioteca Nacional?

Eu gostaria de acelerar o processo de inserção da Biblioteca Nacional no cenário brasileiro e também no cenário internacional. E, em outra ponta, gostaria de fortalecer o Plano Nacional do Livro e Leitura, de forma a ampliar o acesso ao livro e aumentar o índice de leitura no Brasil, que hoje é de 4,7 obras lidas por habitante por ano.

- Como ampliar esse acesso?

É possível buscar com o setor privado a criação de um livro popular. Seria um livro mais barato, sobretudo para esse novo leitor que vem das classes C, D e E. A principal forma de acesso ao livro é via biblioteca pública. Mas, ao mesmo tempo, é preciso criar condições para as pessoas poderem comprar um livro mais barato. Isso é importante para o leitor, que aumenta suas possibilidades; para as editoras, que recuperam produtos fora de catálogo e podem criar subprodutos; para o autor, que pode ampliar a quantidade de exemplares; e também para as livrarias, que podem oferecer um produto diferenciado. Pode, por exemplo, haver uma livraria popular, como são as farmácias populares.

- Mas isso seria feito através de subsídios do governo?

Não necessariamente. Eu fiz uma consulta informal a entidades do livro. A ideia é desenvolver uma ação para que os editores percebam que existe a perspectiva de venda. Algumas empresas que atuam em outro segmento, como a Avon no caso da venda de porta em porta, conseguem fazer com que um livro que sairia por R$ 40 na livraria chegue ao consumidor por um preço três ou quatro vezes menor, justamente porque a editora tem a certeza de que o livro será escoado. Além disso, o governo pode muito bem dar uma garantia de que vai adquirir uma parte dos livros para ser distribuída a bibliotecas públicas.

- Num primeiro momento, haverá alguma mudança no gerenciamento da Biblioteca Nacional?

A Biblioteca Nacional terá toda a responsabilidade pela política pública do livro e da leitura no Brasil. Hoje, existe uma Diretoria de Livro, Leitura e Literatura e também existe o Plano Nacional de Livro e Leitura. Ambos devem vir para a Biblioteca Nacional, e eu terei a responsabilidade de preparar a criação do Instituto Brasileiro de Livro e Leitura. Esse instituto será o responsável pela gestão das políticas públicas da área, e, quando isso acontecer, a Biblioteca Nacional vai se dedicar exclusivamente para a Biblioteca Nacional.

- Esse instituto terá o mesmo conceito do Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram?

Exatamente, será o Ibram do livro e da leitura. Ainda não consigo estabelecer um prazo, mas é a grande demanda do povo do livro.

- O senhor chegou a trabalhar na Biblioteca Nacional no governo Lula. Quais foram os principais avanços na época?

Eu fui coordenador geral de livro e leitura da Biblioteca Nacional. Fui para lá em 2004, para formular um programa em que todos os municípios brasileiros tivessem sua biblioteca. Na época, o orçamento para a área era em torno de R$ 6 milhões. No ano seguinte, eu articulei com o senador Tião Viana, e ele apresentou uma emenda que aumentou os recursos para R$ 26 milhões, que nos ajudaram a criar as condições para zerar o número de cidades no Brasil sem bibliotecas.

- Quanto falta para se alcançar essa meta?

Falta pouco. No último levantamento, faltavam poucas dezenas, e apenas em municípios para os quais o MinC oferecia o kit com o acervo básico e o computador, mas as prefeituras ainda não tinham feito a instalação. Isso acabou motivando que o ministério suspendesse, em dezembro, o repasse de recursos para prefeituras que não instalaram suas bibliotecas.

- É claro que é importante que se tenha bibliotecas em cada município, mas isso não garante a leitura. Como fazer com que a sociedade e a biblioteca se encontrem?

O Plano Nacional do Livro e Leitura foi criado em 2006 como resposta para esse questionamento. São quatro eixos: a democratização ao acesso; a formação de mediadores de leitura como bibliotecários e professores; a valorização da leitura no imaginário coletivo, através de campanhas ou inserção de situações de leitura em programas de TV; e a economia do livro, com programas que incentivem pequenas editoras e pequenas livrarias, entre outros fatores. Quando você põe os quatro eixos em funcionamento, você estimula as pessoas a lerem.

- Discute-se muito a possibilidade de uma nova Lei do Direito Autoral. O tema mobilizou o último governo, mas a ministra disse que vai reavaliar o projeto. Como o senhor enxerga a questão?

Uma coisa é consenso: é importante que as legislações sejam sempre atualizadas à luz dos novos tempos. A ministra tem se posicionado de forma prudente, mostrando-se aberta a ouvir as várias partes envolvidas. E de uma forma muito serena, ela já sinalizou que vai apreciar essas várias argumentações. E eu me alinho completamente com essa visão. Todos nós temos conhecimento da necessidade de se promover avanços. O material que os criadores produzem tem o valor de seu esforço e dedicação, e isso precisa ser respeitado, e por outro lado os leitores precisam ter algum direito de ter acesso a essa produção acumulada pela sociedade.

Fonte: O Globo, 24/1

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sesc Paraíba lança edital de estágio

O Serviço Social do Comércio da Paraíba lançou o edital para a Seleção Pública de Estágio 2011, com um total de 70 vagas distribuídas em 23 cursos. As vagas são para as unidades do Sesc nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Guarabira e Patos. As inscrições têm início na próxima segunda-feira, 24, e prosseguem até o dia 4 de fevereiro, no turno da tarde.

Na capital, os cursos que estão com vagas abertas são de Pedagogia, Nutrição, Medicina, Enfermagem, Biblioteconomia, Comunicação Social (Jornalismo, Relações Públicas e Radio e TV), Artes Cênicas, Artes Visuais, Licenciatura em Música, Educação Física (Fitness, Desportiva e Recreação), Serviço Social, Direito, Economia, Licenciatura em Física, Licenciatura em Química, Turismo, Administração e Odontologia. Já em Campina Grande, os interessados podem se inscrever nos cursos de Pedagogia, Licenciatura em Letras, Licenciatura em Matemática, Enfermagem, Odontologia, Comunicação Social, Educação Física (Fitness, Desportiva e Recreação), Serviço Social, Administração, Nutrição e Arte e Mídia.

No município de Guarabira, os alunos dos cursos de Licenciatura em Letras, Licenciatura em História e Licenciatura em Geografia podem realizar a inscrição. Em Patos, a instituição abre vagas para a área de Pedagogia.

Para realizar a seleção de estágio, o candidato deve estar cursando, no mínimo, o quinto período da faculdade e não ser concluinte. A prova de conhecimentos específicos acontecerá no dia 13 de fevereiro e a entrevista com os candidatos será realizada nos dias 3 e 4 de março. A relação dos aprovados será divulgada em 11 de março, e os candidatos selecionados iniciam o estágio efetivo já no dia 14.

Para efetuar a inscrição, o interessado deve apresentar fotocópia da carteira do Sesc (caso seja comerciário ou dependente), xerox da identidade e CPF, uma foto 3x4 e uma declaração de matrícula no curso, fornecida pela coordenação, em que conste que o aluno esteja cursando do quinto ao antepenúltimo período. Os candidatos com alguma deficiência física deverão trazer laudo médico atestando a espécie, o grau ou nível da deficiência com referência ao CID. No momento da inscrição, será exigida a carteira de identidade e CPF originais dos candidatos, para efeito de comprovação das cópias apresentadas. Já no momento da entrevista, o aluno deverá apresentar uma xerox do Histórico Escolar mais recente, em que conste o Coeficiente de Rendimento Escolar (CRE).

Os estagiários serão regidos de acordo com a Lei 11.788/2008 de estágio e receberão uma bolsa de R$475, além do auxílio transporte. A carga horária será de quatro horas diárias, totalizando 20 horas semanais. Os aprovados iniciarão as atividades no dia 14 de março e vão até o último dia de 2011, sendo o recesso remunerado em dezembro de 2011.

Em João Pessoa, o Sesc Centro fica localizado na Rua Desembargador Souto Maior, 281, Centro. Em Campina Grande, a unidade está situada na Rua Giló Guedes, 650, Centro. Na cidade de Guarabira, os interessados podem se dirigir ao Sesc na Rua Cel. José Maurício da Costa, 290, e em Patos, na Rua Natália de Figueiredo, S/N, Morro. As inscrições são realizadas de segunda a sexta, das 14h30 às 17 horas.

Fonte: http://www.sescpb.com.br/materias/selecao_estagio_2011.htm

Bibliotecas

Compartilho com vocês a epígrafe abaixo que consta no capítulo A produção de conhecimentos e a origem das bibliotecas (de autoria de Eliany Alvarenga Araújo e Marlene de Oliveira) no livro Ciência da Informação e Biblioteconomia: novos conteúdos e espaços de atuação.

"A biblioteca é um organismo vivo a serviço da comunicação. Nela obtemos respostas às nossas mais diversas indagações. O lugar de destaque que ela ocupa no mundo atual decorre da importância que a informação tem para cada sociedade. Assim, a biblioteca participa do aprimoramento intelectual, humanístico, técnico e científico de todos os segmentos sociais" (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2005, p. 42).

A sociedade precisa compreender o valor das bibliotecas como espaços de memória e cultura.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Lançamento de livro

TESTEMUNHA OCULAR (RECORDAÇÕES)
Rubens Borba de Moraes
Organização e notas de Antonio Agenor Briquet de Lemos
Brasília, DF: Briquet de Lemos / Livros, 2011
308 páginas
ISBN 978-85-85637-43-9
R$ 45,00

Estas são as memórias, até agora inéditas, de Rubens Borba de Moraes, que nasceu em Araraquara em 23 de janeiro de 1899, viveu em Paris, Genebra, Nova York, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e morreu em Bragança Paulista, em 2 de setembro de 1986.
Rubens Borba de Moraes, o maior bibliófilo brasileiro, senta-se ao nosso lado e começa a desfiar sua história de vida, a contar os causos da família de longa linhagem, a falar dos momentos que marcaram seu crescimento e amadurecimento intelectual. Dos sertões de Araraquara, na época de expansão da agricultura cafeeira, aos internatos de Paris e Genebra, da educação recebida de mestres ilustres, da pauliceia da Semana de Arte Moderna, da Brasília, penúltima de um percurso de tantas estações, chega-nos a fluência e o informalismo de sua conversa escrita, quase um blogue por antecipação, em que registra aquilo que viu, viveu e testemunhou. Com destaque para seus anos de menino em Araraquara, os estudos em Genebra, sua participação na Semana de Arte Moderna e sua bibliofilia.

Para adquirir: http://www.briquetdelemos.com.br/testemunha-ocular-recordacoes.html

Centro de Línguas (curso de idiomas)

O Centro de Línguas, localizado no bairro de Miramar - João Pessoa/PB, está com matrículas abertas para cursos de idioma ao preço de R$ 100,00 por todo o semestre. As aulas começarão em fevereiro.

Matricule-se!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Evento - 24º CBBD

O 24º Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação acontecerá no período de 07 a 10 de agosto de 2011, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió - Alagoas.
O evento tem como tema: Sistemas de informação, multiculturalidade e inclusão social.

Valores das Inscrições para o 24º CBBD – 2011:

Inscrição individual: Sócios de Associações de Bibliotecários filiadas à FEBAB e que estejam em dia com suas contribuições de 2010/2011* e Estudantes de Pós – Graduação**:

R$ 300,00 até 28/02/11
R$ 350,00 até 24/04/11
R$ 400,00 até 22/05/11
R$ 450,00 até 01/08/11
R$ 500,00 a partir do dia 06/08/11 – inscrições somente no local do evento

* Inscrições com pagamento via empenho tem 20% de acrescimo sobre o valor correspondente R$500,00.

Inscrição Individual: Não-associados, estrangeiros, outros profissionais e pessoas jurídicas:

R$ 350,00 até 28/02/11
R$ 400,00 até 24/04/11
R$ 450,00 até 22/05/11
R$ 500,00 até 01/08/11
R$ 550,00 a partir do dia 06/08/11 – inscrições somente no local do evento

* Inscrições com pagamento via empenho tem 20% de acréscimo sobre o valor correspondente R$550,00.

Inscrição Individual: Estudantes de graduação**:

R$ 200,00 até 29/02/11
R$ 235,00 até 24/04/11
R$ 250,00 até 22/05/11
R$ 300,00 até 01/08/11
R$ 350,00 a partir do dia 06/08/11 – inscrições somente no local do evento

* Inscrições com pagamento via empenho tem 20% de acréscimo sobre o valor correspondente R$350,00.

Inscrição Institucional (para 03 participantes):

R$ 980,00 até 28/02/11
R$ 1.130,00 até 24/04/11
R$ 1.280,00 até 22/05/11
R$ 1.430,00 até 20/06/11- não serão aceitas inscrições nesta modalidade após esta data

* Inscrições com pagamento via empenho tem 20% de acréscimo sobre o valor correspondente R$1.430,00.

*Sócios de Associações de Bibliotecários filiadas à FEBAB – Apresentar comprovante de anuidade de 2010 ou 2011.

Observação: Recibos e carteiras de sindicatos e CRBs não comprovam a participação como
sócio de Associações de Bibliotecários.

** Estudantes de graduação e pós-graduação apresentar comprovante de matrícula de 2011 da instituição de ensino.

O link para o formulário de inscrição estará disponível em breve.

Fonte: http://febab.org.br/XXIV_CBBD/

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Leitura age como musculação para o cérebro

Exercício ajuda a manter a funcionalidade intelectual ao longo da vida.

O hábito de ler proporciona muitos benefícios à saúde. A leitura ajuda a reduzir o estresse e estimular a memória. Sua prática age como uma musculação para o cérebro e os médicos recomendam que se leia um livro por mês.

Ao acompanhar um texto, exige-se do cérebro um conhecimento dos sistemas de linguagem, obrigando o leitor a realizar um trabalho ativo de compreensão e interpretação de texto.

E isso ajuda a manter a funcionalidade intelectual ao longo da vida, mantendo a mente ativa e prevenindo déficits de memória e declínios das funções cognitivas.

(Divulgado no site http://www.ofaj.com.br)

Matilda

Ontem a Globo exibiu na Sessão da Tarde o filme MATILDA.
O filme é uma produção canadense do ano de 1996.
Um filme encantador sobre a história de uma menina muito inteligente e que desde pequena descobre a riqueza de um livro e do aprendizado que ele pode proporcionar.
Isto ela demonstra em seu discurso várias vezes durante o filme.

Fica aí a minha dica.
Assista ao filme Matilda.
Vale muito a pena!!!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cortar o tempo


"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente".

Carlos Drumond de Andrade

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Escrever (por Joaquim Ferreira dos Santos)

10/01/2011
às 15:07 \ Feira Livre
“Escrever”, um texto de Joaquim Ferreira dos Santos

TEXTO PUBLICADO NO GLOBO DESTA SEGUNDA-FEIRA

Joaquim Ferreira dos Santos

A estudante perguntou como era essa coisa de escrever. Eu fiz o gênero fofo. Moleza, disse.

Primeiro, evite estes coloquialismos de “fofo” e “moleza”, passe longe das gírias ainda não dicionarizadas e de tudo mais que soe mais falado do que escrito. Isto aqui não é rádio FM. De vez em quando, para não acharem que você mora trancado com o Domingos Paschoal Cegalla ou outro gramático de chicote, aplique uma gíria como se fosse um piparote de leve no cangote do texto, mas, em geral, evite. Fuja dessas rimas bobinhas, desses motes sonoros. O leitor pode se achar diante de um rapper frustrado e dar cambalhotas. Mas, atenção, se soar muito escrito, reescreva.

Quando quiser aplicar um “mas”, tome fôlego, ligue para o 0800 do Instituto Fernando Pessoa, peça autorização ao bispo de plantão e, por favor, volte atrás. É um cacoete facilitador.

Dele deve ter vindo a expressão “cheio de mas-mas”, ou seja, uma pessoa cheia de “não é bem assim”, uma chata que usa o truque de afirmar e depois, como se fosse estilo, obtemperar.

Não tergiverse, não diga palavras complicadas, não escreva nas entrelinhas. Seja acima de tudo afirmativo, reto no assunto. Nada de passar páginas descrevendo o clima da estação, esse aborrecimento suportável apenas quando vemos as curvas da Garota do Tempo recortadas contra o chroma-key do “Jornal Nacional”.

Abaixo o prólogo com a lente aberta, nada daquelas observações sensíveis sobre a paisagem e, a não ser que você seja o Dashiell Hammett ou o Raymond Chandler, esqueça o queixo quadrado do bandido ou a descrição pormenorizada dos personagens. Corte o que for possível. Depois dê uma de Raymond Carver e, nem aí para os pruridos da vaidade, mande o resto para o editor acabar de cortar.

Sempre cabe uma linha a menos no texto, é o efeito Rexona aplicado na axila gramatical. Evite essas metáforas complicadas, passe por cima de expressões como “em geral”, como está no primeiro parágrafo, pois elas têm a mesma função-paralelepípedo dos parênteses, dos travessões. Chute para fora da página tudo mais que faça as pessoas tropeçarem na leitura ou darem aquela ré em busca do verdadeiro sentido da frase que passou.

Deixe tudo em pratos limpos, sem tamanho lugar-comum. Ouça a voz do flanelinha semântico gritando a chave para o bom texto. “Deixa solto, doutor.”

É mais ou menos por aí, eu disse para a menina que me perguntou como é essa coisa de escrever.

Para sinalizar o trânsito das ideias, use apenas o ponto e a vírgula, nunca juntos. Faça com que o primeiro chegue logo, e a outra apareça o mínimo possível. Vista H emingway, só frases curtas. Ouça João Cabral, nada de perfumar a rosa com adjetivos.

Mergulhe Rubem Braga, palavras, de preferência com até três sílabas. “Pormenorizada”, vista acima, é palavrão absoluto. Dispense, sem pormenores.

O texto deve correr sem obstáculos, interjeições, dois pontos, reticências e sinais que só confundem o passageiro que quer chegar logo ao ponto final. Cuidado com o “que quer” da frase anterior, pois da plateia um gaiato pode ecoar um “quequerequé” e estará coberto de razão. A propósito, eu disse para a menina, perca a razão quando lhe aparecer um clichê

desses pela frente.

Você já se livrou do “mas”, agora vai cuidar do “que” e em breve ficará livre da tentação de sofisticar o texto com uma expressão estrangeira. É out. Escreva em português. Aproveite e diga ao diagramador para colocar o título da matéria na horizontal e não de cabeça para baixo, como está na moda, como se estivesse num jornal japonês.

Pode-se escrever baixinho, como faz o Verissimo, que ouviu muito Mario Reis para chegar àquela perfeição de texto de câmara. Outra opção é desabafar pelos cinco mil alto-falantes o que lhe vai na pena da alma, como faz o Xico Sá, que aprendeu a escrever com o Waldick Soriano. Escreva com a sonoridade que lhe aprouver, nunca com cacófatos assim ou verbos que façam o leitor perguntar para o vizinho do lado que maluquice é essa de “aprouver”. Fuja da voz passiva, da forma negativa, do gerundismo e principalmente da voz dos outros. Se falo fino, se falo grosso, ninguém tem nada com isso. O orgulho do próprio “falo”, e fazê-lo firme e com charme, é uma das chaves do ofício.

De vez em quando, abra um parágrafo para o leitor respirar. Alguns deles têm a mania de pegar o bonde no meio do caminho e, com mais parágrafos abertos, mais possibilidades de ele embarcar na viagem que o texto oferece. Escrever é dar carona. Eu disse isso e outro tanto do mesmo para a menina. Jamais afirmei, jamais expliquei, jamais contei ou usei qualquer outro verbo de carregação da frase que não fosse o dizer. Evitei também qualquer advérbio em seguida, como “enfaticamente”, “seriamente” ou “bemhumoradamente”. Antes do ponto final, eu disse para a menina que tantas regras, e outras a serem ditas num próximo encontro, serviam apenas de lençol. Elas forram o texto, deixam tudo limpo e dão conforto. Escrever é desarrumar a cama.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/escrever-um-texto-de-joaquim-ferreira-dos-santos/